FÉ PARA HOJE. (1)

Boletim - Ano 13 - Nº 594 - 21/04/2024

FÉ PARA HOJE. (1)

― Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o seu sabor, como restaurá‑lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. (Mateus‬ ‭5‬:‭13)

De que tipo de fé cristã o mundo de hoje precisa?  

Talvez nessa pergunta resida a sempre-grande dificuldade presente na relação do cristianismo com o mundo. Não foi à toa que o teólogo estadunidense Richard Niebuhr desenvolveu sua clássica tipologia (Cristo x Mundo; Cristo e Mundo em Paradoxo, etc.) a partir de um prisma histórico de como esse relacionamento se deu ao longo do tempo. Para outros teólogos a problematicidade dessa relação se deu a partir da Modernidade, como efeito impingido pela secularização. Ao departamentalizar a vida religiosa confinando-a ao primeiro dia da semana (na maioria do mundo cristão), a secularização desfez uma hegemonia de compreensão do mundo que era cristã e que agora era substituída. No dizer de Erich Auerbach, ao analisar a Divina Comédia de Dante Alighieri, a “figura do homem foi colocada à frente da figura de Deus”.

Também é verdade que outros autores como Friedrich Gögartten defendem uma dificuldade nessa relação entre a fé cristã e o mundo, a qual sempre teria existido, não sendo portanto uma fenômeno da modernidade. Ao cristianismo sempre foi imposto o desafio dessa relação. E aqui voltamos a pergunta inicial: de que tipo de fé cristã o mundo de hoje precisa?

Talvez a resposta tenha a ver com uma volta à figura de Jesus. É nesse sentido que sugerimos três dimensões ou aspectos dessa fé: a fé para o diálogo; a fé que se assume frágil e a fé que se manifesta na perseverança. Logicamente a fé cristã não se resume a esses três aspectos, contudo eles são suficientes para o propósito deste texto.

A cada domingo, a partir deste, divulgaremos um aspecto desta fé. Eis o primeiro.

1)      Fé que se dispõe a Dialogar

Algum tempo atrás estava num jantar e ouvi de um querido irmão que sua igreja dava um “banho dogmático” em seus jovens para que eles fossem então à porta da Universidade instalada em seu bairro “evangelizar”. Na verdade o que acontecia ali não era bem um evangelismo, mas sim um infrutífero debate, quiçá embate. Perceba: é muito bom que a igreja tenha uma sólida formação doutrinária. Mas não se engane: o testemunho não requer doutrina, mas sim vontade de compartilhar o que Deus fez/faz na vida de uma pessoa. Ele advém da experiência com Deus. Por isso que o novo convertido pode e deve testemunhar; por isso também e talvez até mesmo na contramão, seja por isso que alguns com mais experiência após a conversão tenham maior dificuldade em compartilhar sua fé... na verdade estes costumam transformar evangelização em apologética. 

É verdade que o mundo jaz no Maligno e que ele milita contra nós. A própria Palavra de Deus assim atesta. Contudo é também verdade que esse mundo não está fechado: ele possui várias e grandes aberturas pelas quais a luz do Evangelho ou sua semente (Mt.13) pode entrar. São pontos de contato, por vezes de questionamento, outros tantos de perplexidade diante dos acontecimentos da vida. Sim, diante de tantos flancos não cabe a Igreja se entrincheirar. 

A fé cristã é tão profunda e forte, sua experiência é tão viva e vívida que não há porque temer o diálogo. Pelo diálogo salgamos o mundo (Mt.5:13-15); pelo diálogo avançamos os portões da Igreja, colocando-os não sob um número de uma rua, mas dentro da cultura onde estamos inseridos. Nesse sentido precisamos dialogar com tendências políticas adversas a que temos. Precisamos dialogar com pessoas que pensam e crêem de modo diferente e até adverso ao nosso. Precisamos dialogar com os clamores e necessidades do mundo, para que não corramos o risco, como alerta Os Guinness, de entregar a “mensagem certa no endereço errado”, ou ainda a “mensagem ‘errada’ no endereço certo”. Precisamos dialogar para que traduzamos, aos moldes da “interpretação reinterpretativa” de Santo Agostinho, São Crisóstomo, Erich Auerbach, o evangelho para a atualidade visando alcançar o maior número possível de ouvintes.



Deus te abençoe,
Pr. Sérgio Dusilek

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