JESUS, A NOSSA PÁSCOA

Aprendi, desde cedo, que a celebração da Páscoa é um memorial de libertação pelo poder de Deus. Simbolizando uma mudança de status: sai a escravidão e entra a libertação; termina as trevas e chega a luz.

O texto bíblico diz que as trevas que caíram sobre o Egito eram tão densas que podiam ser apalpadas. Assim, “não viram uns aos outros, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias” (Êx. 10.23). Entretanto, havia luz nas casas dos filhos de Israel.

O texto também diz que estando o Egito em trevas, Deus passaria para ceifar as vidas dos primogênitos. Porém, na casa onde um cordeiro tivesse sido morto e seu sangue espargido nos umbrais das portas, o anjo não tocaria (Êx. 12.7) e os filhos de Israel, naquela noite de horror, recolhidos e silenciosos, comeriam a carne do cordeiro, assada, com pães asmos e ervas amargas.

Imagino como deve ter sido o anjo da morte ferindo os primogênitos dos egípcios e passando direto das casas onde o sinal do sangue estava nas portas.

A Bíblia diz que naquela noite, houve grande clamor no Egito e faraó e seus súditos choraram a morte de seus filhos. Os israelitas se alegraram, pois seus filhos permaneceram vivos.

Entretanto, é importante lembrar que, simbolicamente, o cordeiro sacrificado nas casas do povo de Israel era o prenuncio do que iria acontecer séculos depois com a vinda do Filho de Deus se entregando em sacrifício por toda a humanidade. Como aconteceu no passado, no Cordeiro estava a vida, e a vida era a luz dos homens. Nas palavras de João: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo. 1.5).

Lembrando o choro de faraó, não é fácil ver um filho morrer como ele viu, foi um pranto que não produziu mudança alguma na história. Fico imaginando Deus chorando a morte de seu filho, porém, a morte do Filho de Deus trouxe a vitória da libertação sobre a escravidão e da luz sobre as trevas. A partir de Jesus, vida e luz eterna resplandecem nos corações daqueles que selam o “umbral” do coração com o sangue derramado do Cordeiro de Deus. Por isso dizemos que Jesus é a nossa Páscoa.


Pr. Ronald Souza