Há alguns dias, Lilia e eu voltamos do nosso tempo livre, no qual tentamos recarregar as energias. Agora estamos prontos para retomar nossos ministérios entre vocês e o chamado que recebemos. Eventualmente, Deus nos chama a todos para uma missão. Nosso desafio é descobrir e aceitar o chamado.

Quando leio sobre Moisés diante da sarça ardente, eu também deveria me ver como Moisés, em pé na presença de Deus e recebendo sua missão. No entanto, em Cristo, eu também deveria me ver como a sarça ardente, onde Deus se manifesta novamente. De fato, é porque Cristo manifesta a glória oculta em mim que posso ser útil a Deus neste mundo cheio de tristezas. Em Cristo, posso levar conforto e esperança, cura e força a outros ao meu redor, nos quais também vejo a imagem de Deus refletida.

A Bíblia frequentemente emprega metáforas agrícolas para descrever a profunda experiência mística do Evangelho, isto é, nossa redenção pela graça de Deus em Cristo. O próprio Evangelho é definido como uma semente, a Palavra de Deus, que é plantada no solo de nossos corações ou almas. O apóstolo Pedro diz: “Porque fostes regenerados, não de semente perecível, mas da imperecível, mediante a palavra de Deus, viva e permanente.” (1 Pedro 1:23)

Jesus descreveu em suas parábolas como essa semente pode crescer e se tornar uma planta grande... ou não. Esta é a lição da Parábola do Semeador em Mateus 13. E então essa planta produz fruto. Pelo fruto se pode discernir a árvore, ensinou Jesus. “Toda árvore boa dá bons frutos, mas a árvore má dá frutos maus. A árvore boa não pode dar maus frutos, nem a árvore má não pode dar bons frutos.” (Mateus 7:17-18) Aqueles que estão em Cristo devem produzir bons frutos espirituais, que são o resultado natural da presença de Deus em nós. Paulo chama isso de “fruto do Espírito”.

O teste decisivo da presença de Deus, segundo as Escrituras, é o chamado “Fruto do Espírito”, conforme descrito pelo apóstolo Paulo: “O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas 5:22-23). ​​Podemos dizer, portanto, que a presença desse “fruto” na vida de qualquer pessoa é o sinal da presença de Deus. Em outras palavras, não se trata de crenças, mas sim de uma união mística e de uma presença que promove uma nova consciência. Essa nova consciência me conduz a uma vida na qual essas nove virtudes se tornam naturais e parte de quem eu sou como pessoa.

Proponho apresentar uma análise desses nove aspectos do fruto do Espírito nas próximas nove semanas. Refletiremos sobre cada um deles, um por semana. Cada um deles é um gomo desse fruto, como os gomos de uma tangerina. A lista não é exaustiva, mas sim representativa das virtudes espirituais da pessoa que vive, como Jesus, na plenitude do Espírito. Não obstante, são fundamentais o suficiente para que Paulo as tenha mencionado e discriminado. Essas nove virtudes podem trazer mudanças significativas em nossa vida diária, e é disso que se trata a redenção em Cristo: nossa transformação, pelo poder do Espírito, à semelhança de Cristo. Amém.

Deus te abençoe,
Rev. Dr. Ricardo Gouvea

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