DEUS, CRIANÇA, STRESS

Você já ouviu alguém dizer que Deus é responsável pelos nossos problemas?

Esta minha pergunta pode parecer estranha, mas não é raro ouvirmos pessoas bem intencionadas dizerem para alguém que sofre com a perda de um ente querido, que “esta é a vontade de Deus”. O que pensar de um Deus assim? É como se Ele já tivesse na sua agenda, uma lista de mortes por doenças, incêndios, acidentes e catástrofes. Não se leva em conta a imprudência dos motoristas, o estado caótico das estradas, o desequilíbrio ecológico que resulta em tantos acidentes e mortes. Além disso, em Tiago 4:14b lemos que “a nossa vida é como um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece” e Jesus disse que teríamos aflições no mundo. Logo, Deus não é culpado pelas nossas perdas ou fracassos. Então, não é correto, nem confortante para alguém que sofre uma perda, ouvir que “Deus quis assim”.

Li há algum tempo, uma reportagem onde estudos constataram que o medo do castigo divino perturba crianças até 12 anos e gera adultos inseguros. A conclusão do referido estudo dizia que “O medo de Deus é uma das principais causas do estresse infantil”.

É uma pena que as crianças estejam conhecendo um Deus que dá medo. Bom seria se o víssemos como alguém, que não possui forma física, mas se mostra muito além do que possamos imaginar em amor, cuidado e perfeição e desse modo, apresentá-lo às crianças. O fato é que, muito ao contrário, ouvimos que “Deus não gosta de criança desobediente” ou “Se você bater no amigo, Deus vai te castigar!” Outros ainda cantam: “Cuidado olhinho com o que vê... O Salvador do céu está olhando pra você!” Depois dessas afirmações, a criança terá aprendido que Deus é alguém que nos controla, vigia e pune.

No relato de Lucas 19:1-10, Deus se mostra bem diferente. Jesus entra em Jericó e, ao passar por aquela árvore, vê Zaqueu lá em cima. Ele conhecia aquele homem, seu caráter, seu jeito de ser e, mesmo assim, chamou-o pelo nome e mandou que ele descesse porque desejava ir à sua casa. As outras pessoas não entenderam a atitude de Jesus e o criticaram, mas Ele amava Zaqueu apesar do que ele fazia.

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou... não se turbe o vosso coração nem se atemorize”. João 14:27

Um dia de sol, a beleza do mar, a hora das refeições, a hora de dormir, uma viagem, são ocasiões preciosas para falarmos do amor de Deus para os nossos filhos. Precisamos estar mais perto deles e ouvirmos com atenção as suas fantasias e novidades com o mesmo interesse com que os ouvimos nas horas de medo e insegurança. Presentes e brinquedos jamais nos substituirão. Agindo assim, estaremos mostrando com palavras e atitudes um Deus cuja essência é o amor e sendo o amor, a essência de Deus, Ele não pode causar estresse. Ele é o Deus da paz, como nos afirmou na pessoa de Jesus, o Seu Filho: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou... não se turbe o vosso coração nem se atemorize” (João 14:27).

Elda Gomes Zambrotti

(Ministério Infantil)